Os Vinhos e as Regiões de Portugal

13

Ago

Os Vinhos e as Regiões de Portugal

Portugal é conhecido principalmente por sua cultura. Para muito além da influencia que o país espalhou pelo mundo inteiro, sua língua, gastronomia, arquitetura, hoje é um dos assuntos principais quando tratamos de vinhos, então vamos lá! 

Primeiro fato importante é que Portugal tem variedades de uvas o bastante para produzir quase qualquer tipo de vinho, são quase 300 tipos de uvas diferentes, sendo que destas pelo menos 250 são exclusivas do país.

Considerando que, apesar de ser um país de proporções pequenas, traz consigo toda essa diversidade, é importante para todo apreciador do vinho português entender um pouco sobre suas principais regiões e o que elas tem de tão especial.

 

A região dos Vinhos Verdes, é assim mesmo que ela se chama, é a maior zona vitícola do país. Geograficamente localizada no Noroeste de Portugal, famosa pela produção dos vinhos verdes, que nada tem a ver com o fato de as uvas utilizadas nao estarem perfeitamente maduras, mas assim denominados por causa da acidez acentuada e seu leve teor alcoólico. Com uma diversidade grande de castas, predominam nesta área uvas como Arinto, Avesso, Trajadura, Loureiro, Alvarinho e Azal. 

O Nordeste lusitano é chamado de Trás-os-Montes, justamente por estar “atrás” das serras de Marão e Alvão, que por condições naturais confere aos vinhos tintos um sabor mais frutado e aos vinhos brancos propriedades mais suaves e um aroma floral. 

O Douro é uma região especialmente acidentada, geograficamente falando, o que exigiu um esforço e algumas técnicas de plantio distintas. Sua alta qualidade em vinhos é reconhecida desde a Idade Média, e no Douro são produzidos os famosos “Vinhos do Porto”, a altíssima concentração de açúcar nas uvas das regiões mais altas é uma característica única. 

Próximo ao Atlântico, entre Águeda e Coimbra, a Beira Litoral é chamada de Bairrada, com solos argilosos e produtora de vinhos cheios de cor e acidez. 

A especial zona chamada de Dão conta com uma altitude entre 400 e 700 metros acima do mar, rodeada de serras que protegem a produção de vinho dos ventos excessivos. Uvas como Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen, Tinta Roriz, Encruzado, Malvasia fina e Verdelho são amplamente produzidas, para tintos e brancos, com ótimo aroma, característica frutada e grande capacidade de envelhecimento.

A antiga “Estremadura”, hoje conhecida como Região de Lisboa, é dividida em nove Denominações de Origem: Carcavelos, Bucelas, Colares, Alenquer, Arruda, Torre Vedras, Lourinhã, Óbidos e Encostas d’Aire. Por sua característica tao diversa, voltaremos a essa região especificamente mais tarde.

O Ribatejo, ou Tejo, tem o clima mediterrâneo e sua fertilidade é definida pela proximidade do rio. Com vinhos brancos muito frutados, florais e tropicais e com tintos aromáticos, o Tejo é rei em variedade. 

A península de Setúbal é famosa por seu Moscatel de Setúbal, mas para além desta casta característica, tem uma grande produção de Fernão Pires e Arinto. Com características marcantes de aromas florais nos vinhos brancos e toques de especiarias nos tintos, a região ainda tem um dos vinhos mais antigos e famosos do mundo, uma combinação das castas Moscatel e Moscatel Roxo.

Uma das maiores regiões de produção de vinhos em Portugal, o Alentejo confere as suas uvas muito sol e uma temperatura media anual relativamente alta para o resto do país, situado no sul da península. Com vinhos tintos encorpados e de aroma forte, notas de frutos silvestres e vermelhos, e brancos que trazem o frescor de frutos tropicais, é sem dúvida uma das regiões mais ricas em produção.

Próximo do mar e com uma movimentação turística muito grande, o Algarve é um paraíso para quem gosta de vinhos suaves e bastante frutados, brancos ou tintos. 

Para além do espaço terrestre continental Português, ainda existem as ilhas da Madeira e Açores, que são tao importantes quanto qualquer outra região. A Madeira é responsável pela produção do vinho da Madeira, que desde o século XVIII é um dos mais exportados do mundo. Os Açores, um arquipélago de nove ilhas, tem poucas condições pouco adequadas para a produção de vinhos, mas superam as expectativas com suas Denominaçoes de Origem Graciosa, Biscoitos e Pico, e uma ótima produçao de vinhos brancos. 

 

Assim conseguimos ter uma visão, pouco aprofundada, mas ampla sobre a grande variedade de uvas, regiões e potencial vitivinícola do País. Pesquise um pouco antes de apreciar o vinho que vai consumir, uma olhada no rótulo e já sabemos melhor de onde ele vem, qual uva foi utilizada, assim vamos aos poucos nos tornando melhores conhecedores e estabelecendo preferências, sabendo melhor com quais vinhos gostaríamos de combinar uma determinada comida especial, ou uma situação especial. 

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Michelle Correia

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